quarta-feira, 12 de outubro de 2011
RESGATE
sábado, 24 de setembro de 2011
ONDE TODOS SABEM MEU NOME
sábado, 3 de setembro de 2011
A FANTÁSTICA FÁBRICA DE LIXO DO RICK
domingo, 31 de julho de 2011
TRISTE JANEIRO
domingo, 24 de julho de 2011
LIKE A KINDERGARTEN
terça-feira, 12 de julho de 2011
13 DE JULHO
segunda-feira, 27 de junho de 2011
PESSOAS E ESCOLHAS
terça-feira, 21 de junho de 2011
LEMBRANDO ANGÚSTIA E SOLIDÃO
segunda-feira, 13 de junho de 2011
ALIMENTO = AGONIA
segunda-feira, 6 de junho de 2011
METADES
segunda-feira, 30 de maio de 2011
EU SOU AQUELE
quinta-feira, 26 de maio de 2011
DOIS OLHOS
segunda-feira, 23 de maio de 2011
TRÊS VIDAS
terça-feira, 17 de maio de 2011
MELHOR NÃO TÊ-LOS?
terça-feira, 10 de maio de 2011
MORTAL FASCINAÇÃO
terça-feira, 3 de maio de 2011
APENAS SINTOMAS
segunda-feira, 25 de abril de 2011
EU ME VENDO?
terça-feira, 19 de abril de 2011
SÍNDROME DE RICKY LINDERMAN
terça-feira, 12 de abril de 2011
PALAVRAS
domingo, 10 de abril de 2011
O REJEITADO
Celma vai para as ruas , onde tem que disputar espaço com mendigos e prostitutas, sendo enxotada e ofendida a cada esquina.
O tempo passa e numa noite chuvosa Celma sente as primeiras contrações , pede ajuda para ir ao hospital pois sente que irá dar a luz nas próximas horas, porém roda a cidade toda sozinha em busca de um leito, que é negado em todos centros de saúde possíveis. Celma dá a luz na rua mesmo, em um beco escuro e quando ouve o choro do menino, o abandona em uma caixa de papelão.
O menino é encontrado e levado ao orfanato público, onde é batizado com o nome de João e ficaria ali até alguém decidir adotá-lo.
Os anos correm e João não desperta interesse de nenhuma família, talvez pelo fato de ser magro e de cor parda, enquanto muitos iam , João ficava.
As outras crianças não gostavam de João e o garoto crescia solitário, sendo excluído das brincadeiras dos outros. João ia crescendo um garoto triste e sem interesse em conviver com outras pessoas.
Com 15 anos João conheceu sua primeira paixão, uma menina que estudava no mesmo colégio, que tinha o nome de Simone. João ensaiava muito para o dia que tomasse coragem de falar com ela, pois sabia que esse dia chegaria.
Perto do baile de fim de ano do colégio, João finalmente se decidiu e convidou Simone para acompanhá-lo, cheio de esperança nos olhos e com um bombom em forma de rosa que havia roubado em algum lugar. Simone conseguiu ser a pessoa mais cruel do mundo, pois berrava que jamais seria acompanhada por um garoto sem família, feio e pobre. Jogou o bombom no chão, pisou e mandou que João nunca mais dirigisse a palavra à ela. João chorou por uns três dias, mas decidiu não falar mais com a garota de quem tento gostava.
Aos 18 anos, João teve que deixar o orfanato onde viveu até então, pois como já era maior de idade não poderia mais ficar ali e teria que arrumar trabalho para se manter. João saía cedo e voltava tarde e ninguém o chamava nem sequer para uma entrevista. João teve que ir pra rua.
Depois de um certo tempo morando embaixo de viadutos e marquises, João se encheu. Estava cansado da vida que levara até agora. Procurou um prédio, o mais alto que encontrou, e subiu as escadas até o topo. Lá em cima, João pensou na sua jornada de rejeições e se perguntou por que não recebeu uma chance sequer da vida.
Sem pensar muito João atirou-se e caiu de cabeça no asfalto. João teve morte cerebral e como tinha tirado documentos no orfanato onde viveu, seus órgãos seriam doados. Após a retirada dos órgãos, João foi enterrado como indigente, já que não tinha família sua última morada seria uma cova pública, sem lápide mesmo.
Num hospital longe dali, um senhor de 45 anos aguardava um transplante de coração ansiosamente, pois já estava nas últimas. A família vibrou quando o médico deu a notícia que chegava de outra cidade o coração tão esperado. Era o coração de João.
O transplante aconteceu após alguns exames e foi considerado um sucesso. Porém uma semana depois, o senhor que tanto esperou por aquele coração, faleceu. O organismo do senhor não aceitou aquele coração e o levou a morte. João que havia morrido alguns dias antes, não pôde ver sua última rejeição.
REOPEN
quarta-feira, 6 de abril de 2011
ÁS VEZES EU ESCREVO
Sim, ás vezes eu escrevo, mesmo sem motivo, mesmo sem nada de especial, mesmo sem algo ter acontecido. Isso acontece naturalmente, as palavras surgem com aquela ânsia de sair da minha mente e ganhar vida em textos muitas vezes desconexos e sem sentido.
Ás vezes eu me pergunto o porquê disso e sinceramente não sei a resposta. Não sei nem se tenho talento para a literatura e no fundo me acho um autodidata metido à cronista, porém é mais forte que qualquer autocrítica, eu simplesmente escrevo.
Não tenho a ambição de que minhas palavras façam sentido para alguém, porque nem eu as entendo na maioria das vezes, mas isso não é barreira porque mesmo assim eu ainda escrevo.
As pessoas fazem diversas coisas para expressarem o que sentem, dançam, cantam, choram, gritam e eu escrevo. Outras pintam, compõem, declaram seu amor, se martirizam e eu apenas escrevo.
Mesmo palavras vazias ou frases simples saciam essa vontade, que parece ser maior nas próprias palavras do que em mim, o que me faz perguntar: quem é o autor de quem?
Perguntas sem resposta, sentimentos ocultos, rabiscos inexpressivos embalados em canções tão obscuras quanto a minha própria inspiração, mas o que me consola é que mesmo com tudo isso, ás vezes eu escrevo.
Peter Jaques
quinta-feira, 31 de março de 2011
AUSÊNCIAS
Sempre foi do mesmo jeito, por que hoje seria diferente?
Elas sempre estiveram em maior número, quase dez vezes mais. As ausências se tornam constantes na vida de quem escolhe viver sem máscaras, talvez porque sem máscaras não possamos agradar a todos, não possamos ser de outro jeito senão de verdade.
Há tempos venho me acostumando com presenças rápidas e intensas que repentinamente se transformam em ausências constantes e saudosas, ás vezes doloridas, que transformam a frieza cotidiana em um choramingo silencioso que apenas ecoa no fundo das minhas lembranças de tempos que desejo ter de volta, nem que seja por mais um segundo.
Existem pessoas que estão lá por anos e não fazem diferença e outras que em poucos dias são capazes de condenar-nos a uma eterna nostalgia quando se vão. Penso no que poderia ter feito. Se tivesse dito, confessado, se não segurasse a lágrima que teimava em querer escorrer. Seria diferente? Talvez, mas prefiro curar as feridas a tentar evitá-las, pois se fracassar na tentativa, as feridas podem se tornar incuráveis ou até mesmo letais.
Continuo de pé, cicatrizando e vivendo dia após outro, ciente que ausências sentidas podem entristecer de vez em quando, mas são muito mais valiosas que presenças que não se fazem notáveis.