domingo, 11 de março de 2012

RELIGIÃO PARA QUEM PRECISA

 Enfim chegamos ao momento inevitável, que eu mesmo tentei adiar por algum tempo, mas agora chegou a hora de falar de religião. Religião que está presente nas vidas humanas desde que o mundo é mundo. As religiões sempre se proliferaram entre os mais diversos povos adorando os mais diversos mitos.
 Há mais de 2.000 anos atrás rolou a história de Jesus Cristo dando origem a religião que é a maioria no nosso país independente de ser católica, evangélica, luterana, etc. O cristianismo recebeu várias ramificações ao longo dos séculos por diferenças de opiniões e interpretações dos seus envolvidos, porém na maioria das vezes essas seitas derivadas do cristianismo foram criadas por puro interesse dos seus líderes. Na Idade Média a Igreja Católica tinha um grande poder sobre as nações e apenas com os seus sermões conseguia manipular a grande maioria das pessoas, até porque quem fosse contrário as suas afirmações poderia ser queimado em praça pública. Depois vieram Luteranos, Anglicanos, Pentecostais, Mórmons, Testemunhas de Jeová e mais um monte de denominações dos mais diversos cantos do mundo, porém todas elas tendo como base o Cristianismo e seu manual de conduta: a Bíblia Sagrada.
 Querendo ou não, todo cristão tem que se basear na Bíblia para agradar a Deus e conseguir a tão esperada salvação. Lógico que cada denominação a interpreta de forma diferente ou até mesmo reescreve algumas partes de forma conveniente para sua igreja, porém os princípios básicos são os mesmos. Só que muitas pessoas cometem o cômodo engano de tentar separar as coisas de forma que mais lhe convém, só que se esquecem que tudo está intimamente ligado. Por exemplo, por mais que você seja uma pessoa sem preconceitos, ao batizar seu filho na Igreja Católica estará endossando o ódio dessa instituição nutre contra o casamento homossexual. Você pode ter muita fé, ser uma pessoa de bem, ajudar os necessitados, mas se achar que duas mulheres podem se amar e viverem felizes, inferno pra você.
 O principal objetivo desse texto é fazer as pessoas pensarem, refletirem se realmente a religião que seguem está de acordo com seus valores morais, se conhecem mesmo a palavra pregada pelos sacerdotes que ouvem todas as semanas e que se elas não fossem condicionadas desde a infância a acreditar num ser superior se escolheriam de verdade acreditar nisso. Não quero que ninguém descarte sua fé, apenas que se indague se ela realmente é tão inabalável assim.
 A vida é dura na maioria das vezes e eu entendo que grande parte das pessoas tem que se apegar a algo para agüentar o tranco. Entendo também que a religião foi necessária há tempos atrás para manter as pessoas na linha.  Hoje em dia temos maior acesso a informação, a leitura e sinceramente não vejo mais tanta necessidade de um antigo livro regrar a vida das pessoas sobre o que é certo ou errado. A máscara de várias denominações cristãs está ruindo e cada vez mais a dúvida surgirá na cabeça dos fiéis. Existem ainda milhões de pessoas que dependem da sua crença para levarem a vida, porque precisam acreditar em algo maior do que elas. Eu sinceramente não preciso, gosto de fazer o que é certo pelos meus valores morais, não porque serei castigado senão o fizer ou desfrutarei de vida eterna se seguir tudo a risca. Prefiro eu mesmo decidir o que é bom ou ruim para minha vida, me culpando pelos erros e me exaltando pelos acertos. Amo aqueles que me fazem bem, não por causa de um mandamento e sim porque sinto necessidade de retribuir o que me fazem de bom. Para se ter uma vida honesta, digna e ultrapassar os obstáculos, não são necessárias humilhações a ninguém, são necessárias vontade e autoconfiança. Quero deixar claro que cada um sabe o que lhe faz bem e se você tem uma fé que lhe torna uma pessoa melhor, vá em frente, mas lembre-se que conhecimento não é pecado e que ter a vida plena com liberdade de pensamento pode ser melhor que qualquer paraíso.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O ÚLTIMO ANO?

 Então entramos em 2012, que segundo algumas interpretações do calendário maia será o derradeiro período da existência humana. Existem pessoas que acreditam, outras que dizem que não acreditam, porém estão com medo e muitas, que como eu, acham que isso é mais uma tolice como foram todos os anúncios apocalípticos anteriores.
 Ainda assim eu quero fazer um exercício de reflexão: e se realmente fosse o último ano da existência de vida na Terra? O que cada um de nós pensaria? Choraríamos as nossas mazelas? Aproveitaríamos os últimos dias? Tentaríamos reencontrar alguém? Ou simplesmente esperaríamos o anunciado fim?
 É difícil para os seres humanos pensar que um dia simplesmente a vida acabará. Talvez esse seja um dos últimos tabus que perduram nos tempos de hoje. A verdade é que ninguém quer morrer e só imaginar essa possibilidade causa calafrios.
 Mas analisando mais profundamente, eu me pergunto será que a maioria as pessoas teria que esperar o fim pra deixar de viver? E chego a triste conclusão que não. Infelizmente a maioria das pessoas não vive há muito tempo e grande parte talvez nem tenha vivido. Eu falo dessas pessoas que desafortunadamente povoam a maioria dos lugares que freqüentamos, espontaneamente ou por obrigação, isso não importa.
 Agora esse texto se transforma em um recado para aqueles acomodados que com certeza acham que suas mediocridades são muito importantes: vocês não viveram. Se você passou a sua existência preso as amarras impostas desde sua infância sem ao menos um fio de dúvida. Se você deu mais valor ao ter do que ao ser. Se você comprou aquela roupa de marca só porque todo mundo estava usando. Se você escolheu sua profissão unicamente pela remuneração. Se você temeu um possível assalto apenas pela cor do outro. Se você dançou a música do momento porque ouviu no rádio de hora em hora. Se você não quis conhecer uma pessoa porque ela não tinha carro ou fugia dos padrões de beleza. Se você admira uma pessoa apenas por ela aparecer na televisão. Se você sonha com cargos para ganhar status. Sim, se você fez qualquer uma dessas coisas, você apenas existiu. Você não foi um indivíduo, você foi uma marionete. Um papagaio que se limitou a repetir os que os outros falaram. Um poço de futilidade interesseira, modismo e sem capacidade de afirmação. Então não se preocupe com 2012, porque mesmo que fosse o fim do mundo, pra você não faria diferença, você nunca viveu. Sua vida foi controlada desde sempre e por pura preguiça você preferiu não fazer nada. O fim de sua existência só será sentido pela sua família, que tem laços afetivos obrigatórios contigo. Os seus amigos iguais a você talvez sintam um pouco, mas logo te substituirão porque é assim que funciona, tudo pode ser reposto por pessoas assim. Você não fará falta pro mundo.
 Desejo que nesse ano, as pessoas que por ventura se sentiram atingidas por esse texto reflitam, porque sempre é tempo. Tente perguntar antes de engolir tudo que já vem mastigado. Tente pensar se realmente você gosta daquilo que diz que gosta. Tente refletir se realmente acredita no que diz que segue e se acredita, questione-se o porquê. Isso pode ajudar a você deixar de apenas existir e realmente descobrir o que vale a pena em se viver.