segunda-feira, 6 de junho de 2011

METADES

O que de verdade te chama atenção? Você se já deve ter se perguntado isso umas mil vezes ao longo da vida, mas será que já conseguiu chegar a alguma conclusão? Provavelmente não, mas isso é mais normal do que pensamos. Afinal, as prioridades, as preferências e até mesmo as coisas que despertam admiração estão em constante mutação ao longo do tempo.
 A busca por referências começa cedo, sempre temos a necessidade de sermos aceitos de alguma forma por alguém, por algum grupo e na maioria das vezes esquecemos-nos de procurar a nossa própria aprovação que é de certa forma a mais difícil de conseguir.
 Erroneamente, temos o costume de nos preocuparmos primeiro com a opinião alheia, antes mesmo de nos perguntarmos o que achamos sobre nós mesmos, pois a sociedade é historicamente a principal juíza dos das ditas pessoas de bem.
 Se recordarmos a época de colégio, quem nunca quis fazer parte do grupo de todos aqueles que eram convidados para as festinhas de sábado à noite? Quem nunca se preocupou em se vestir de maneira que os mais bonitos e descolados notassem a nossa humilde presença? Quem nunca sonhou em ser “o cara” do colégio? Atire a primeira pedra quem nunca teve essas aspirações.
 Mas o melhor da vida é que crescemos, envelhecemos e olhando pra trás percebemos o quanto era superficial aquela coisa toda. Éramos tolos, imaturos e influenciáveis, porém a oportunidade de nos libertar aparece para todos e quem tem a sorte de percebê-la e consequentemente aproveitá-la, torna-se naturalmente um ser humano único, que passa a se importar consigo mesmo e enfim torna-se verdadeiramente interessante para as pessoas que realmente importam, que consigam notar a pura essência de outra alma.
 E essas criaturas quando aprecem em nossas vidas, são costumeiramente chamadas de metades. Reza a lenda que todos têm uma, até mesmo mais de uma. Eu já devo ter cruzado com algumas minhas pelos bares da minha conturbada passagem pela existência e espero que um dia alguma, não apenas se encaixe perfeitamente, mas permaneça encaixada, como uma boa metade deve fazer. Enquanto isso eu continuo tentando achar uma peça, sem pressa, porque metades acabam sempre se encontrando, mas ás vezes o encaixe demora um tempo maior, mas nada que faça valer menos à pena.
 Se você está em busca da sua, somente quando se livrar das algemas, dos dogmas e das imposições conseguirá encontrá-la, afinal sem verdade de gestos, jamais ninguém saberá seu verdadeiro encaixe. 

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