Sim, ás vezes eu escrevo, mesmo sem motivo, mesmo sem nada de especial, mesmo sem algo ter acontecido. Isso acontece naturalmente, as palavras surgem com aquela ânsia de sair da minha mente e ganhar vida em textos muitas vezes desconexos e sem sentido.
Ás vezes eu me pergunto o porquê disso e sinceramente não sei a resposta. Não sei nem se tenho talento para a literatura e no fundo me acho um autodidata metido à cronista, porém é mais forte que qualquer autocrítica, eu simplesmente escrevo.
Não tenho a ambição de que minhas palavras façam sentido para alguém, porque nem eu as entendo na maioria das vezes, mas isso não é barreira porque mesmo assim eu ainda escrevo.
As pessoas fazem diversas coisas para expressarem o que sentem, dançam, cantam, choram, gritam e eu escrevo. Outras pintam, compõem, declaram seu amor, se martirizam e eu apenas escrevo.
Mesmo palavras vazias ou frases simples saciam essa vontade, que parece ser maior nas próprias palavras do que em mim, o que me faz perguntar: quem é o autor de quem?
Perguntas sem resposta, sentimentos ocultos, rabiscos inexpressivos embalados em canções tão obscuras quanto a minha própria inspiração, mas o que me consola é que mesmo com tudo isso, ás vezes eu escrevo.
Peter Jaques
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