terça-feira, 10 de maio de 2011

MORTAL FASCINAÇÃO

Ela já foi descrita de várias formas, já foi imaginada a exaustão pela maioria dos seres humanos e ainda assim causa certa estranheza quando é mencionada mais explicitamente. Certamente pelo fato de ser uma certeza inevitável, um fato consumado antes mesmo de acontecer.
 A verdade é que a morte sempre foi assunto recorrente na mente da humanidade. Inspira músicos, escritores, pintores e pessoas comuns. Quem nunca imaginou como seria do outro lado? Perguntou-se se há outro lado?
 Alguns se vangloriam por a terem desafiado, outros por a terem visto de perto e até mesmo há os que pensam que a derrotaram. Mera ilusão, afinal a morte apenas adia a sua vitória.
 A morte tem o poder de fascinar aterrorizando, perseguir seduzindo, encantar atormentando e no fim abraçar-nos findando nossa existência. Simples assim, sem volta, sem recuo, sem outra escolha possível.
 Para alguns ela chega rápida, surpreendente e num piscar de olhos, sem mesmo dar tempo de reação, domina sem chance de nem mesmo um suspiro. Para outros, ela se mostra paciente, como em um longo flerte, uma longa tentativa de conquista, uma longa dança de rosto colado e enfim ela decide soprar nos ouvidos do seu escolhido sua sinfonia, sua marcha vitoriosa que exala um perfume de triunfo.
 Para alguns a morte é um antídoto, que faz os impacientes se cansarem de esperar e irem por vontade própria ao seu encontro. Para outros é um merecido descanso após uma longa jornada de desencontros. Existem aqueles que querem distância de sua sombra e tantos outros que somente após encontrá-la conseguem provar alguma glória.
 De tantas formas, vários modos, porém a nossa única certeza é que nosso encontro com ela está marcado. Preparados ou não, esse compromisso é o único que podemos chamar de inadiável.

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